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1 de maio de 2014

Akai Ito: O fio vermelho do destino

Segundo a sabedoria Oriental:      
"Um encontro é um acaso, mas um reencontro é destino!"

Yoo!
Primeiramente, gomen nasai por ter demorado um mês a postar. Mas ultimamente estou muito ocupada com os trabalhos da escola e tudo mais, fora que Lyon-O deu para estragar novamente, agora meu Word já era, pirou de vez TT-TT
Voltando a postagem...
Hoje venho com uma antiga lenda chinesa, que virou mito japonês, ela fala sobre o Akai Ito ^^
De acordo com esta lenda, os deuses amarram uma corda vermelha invisível ao redor dos tornozelos dos homens e mulheres que estão destinados a ser a alma gêmea um do outro.
Segundo a lenda chinesa, a divindade a cargo do "fio" acredita-se ser Xia Lao Yue (muitas vezes abreviado para "Yuelao"), o antigo deus lunar casamenteiro.
Já na versão japonesa, não é nos tornozelos, mas sim em um dos mindinhos das pessoas, sendo uma ligação espiritual que simboliza o amor eterno. Fofo não é? :3

Há várias lendas a respeito desse assunto, mas são mais conhecidas as versões chinesa e japonesa. E são essas que irei falar agora!


Akai Ito significa, literalmente, "fio vermelho" e, ele teve origem na China, durante o período Hokuso. Segundo a lenda original, todos temos uma corda vermelha, que é invisível aos olhos humanos, amarrada ao nosso tornozelo, que nos liga à nossa cara metade, a pessoa com quem estamos destinados a passar o resto da nossa vida não importando a situação. Akai Ito é apenas: "Um fio vermelho invisível que conecta os que estão destinados a conhecer-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstância. O fio pode esticar-se ou emaranhar-se, mas jamais se quebrará." Quanto mais longo for o fio, mais longe e tristes as pessoas destinadas estão e quanto mais curto for o fio, mais perto e mais felizes as pessoas destinadas estão.
A lenda espalhou-se pelo leste asiático, principalmente no Japão e na Coreia e foi incorporada no folclore oriental, sofrendo algumas modificações. A mais conhecida versão desta lenda é a nipônica, na qual a corda passa a ser um fio fininho e o tornozelo torna-se o dedo mindinho. Um fio fino vermelho, que é de algodão, também invisível aos olhos humanos, é amarrado, pelos deuses ao dedo mindinho dos futuros amante. E, claro, como estamos falando de caras metades, apenas duas pessoas podem estar conectadas... Por isso, não importa quantos relacionamentos tenhamos, pois só viveremos a "experiência do verdadeiro amor" com a pessoa que estiver na outra ponta do Fio Vermelho.

Há duas pequenas histórias que, de certo modo, explicam melhor a origem desta lenda:

Versão da China:
Um homem caminhava tranquilamente pelas montanhas. Caminhava feliz, pois ia visitar a sua noiva. De repente, um velho homem apareceu diante dele.
- Sendo eu, o deus Xia Lao Yue, tenho o poder de ver a corda vermelha que liga uma pessoa à outra.  E posso dizer-te que a pessoa que estás indo visitar agora, não é a tua destinada e, se casares com ela, não vais ser feliz. A pessoa a quem a corda liga-te é aquele bebé. - Disse apontando para um bebé que dormia no colo de sua mãe.
O homem não acreditou numa única palavra de Xia Lao Yue e, cego pela raiva, encarregou o seu criado de matar o bebé. No entanto, tudo o que o deus lhe dissera era verdade, o homem não estava ligado à sua noiva e, por isso vivia infeliz.
Passaram-se anos e a sua mulher faleceu, deixando-o viúvo. Quando já tinha perdido toda a esperança de voltar um dia a ser feliz encontrou uma bela mulher com quem acabou por casar. Essa mulher era aquele bebé. O bebé que outrora mandou matar, mas que tinha conseguido escapar desse trágico final e que agora estava ali ao seu lado, fazendo dele o homem mais feliz do mundo. 

Versão do Japão:
Debaixo da escura noite, iluminada apenas pela brilhante lua cheia caminhava, apressadamente, para a sua casa um pequeno menino. Enquanto caminhava encontrou um velho, sentado por baixo de uma árvore, observando a grande lua.
- Boa noite rapaz! - Disse-lhe humildemente o velho que, na realidade, era o deus Xia Lao Yue.
 O menino nunca antes vira o velho, por isso, continuou o seu caminhou sem prestar-lhe atenção.
- Sabes! - continuou o velho. - Devias começar a preparar-te para o teu destino. Já não falta muito para te tornares um homem e, como todos os homens, precisas arranjar uma esposa.
  O menino era ainda muito jovem e não mostrava nenhum interesse em se casar.
- Eu nunca me vou casar. - Disse amargamente.
- Isso só o destino pode dizer. E sabes o que ele diz agora?
  Mesmo não estando a gostar muito da conversa o menino acenou que não com a cabeça.
- Ele diz que te casarás com a jovem que estiver do outro lado da corda que amarrei ao teu tornozelo.
Pela primeira vez, o menino conseguiu ver a corda vermelha amarrada ao seu tornozelo, que se estendia no chão formando um estreito caminho cor de sangue. Na outra ponta da corda estava uma jovem menina, sentada à porta da sua casa, observando o céu escuro da noite. O menino não queria acreditar no que os seus olhos viam, pegou então uma pedra e atirou-a ao rosto da menina, pensando que aquilo seria o suficiente para mantê-la longe dele para sempre. De seguida, limpou as mãos sujas de terra aos calções e correu como nunca antes havia corrido, passando por tortuosos caminhos, deixando, completamente emaranhada a corda vermelha que continuava amarrada ao seu tornozelo, mas que por algum motivo, já não conseguia ver.
Passaram-se anos, e o menino de outrora tinha-se transformado num belo homem cobiçado por muitas mulheres. Ele sabia que tinha de desposar um daquelas mulheres para honrar a sua família, dando-lhe continuidade, mas a verdade, é que nenhuma daquelas mulheres lhe interessava. Na aldeia diziam que mesmo que procurassem pelo mundo inteiro jamais encontrariam uma dama que lhe agradasse.
O menino, agora já homem, esquecido da conversa que tinha tido com o velho há uns anos atrás, caminhava debaixo da lua cheia, pensando que talvez nunca conseguisse encontrar o seu par ideal. Foi então que, passando por uma das casas da região, viu a silhueta de uma mulher. Pela primeira vez, sentiu que aquela era a mulher com quem queria passar o resto da vida, mesmo que dela conhecesse apenas a sua silhueta.
Essa jovem, por quem se apaixonara era conhecida como sendo uma das mais belas mulheres da vila, contudo raramente saia de casa por ter vergonha do seu rosto.
No tão esperado dia do casamento, a jovem não mostrou o rosto, mantendo-o escondido por baixo de um grosso véu. No entanto, no fim da cerimônia, quando se encontravam sozinhos, o homem não conseguiu esconder a curiosidade e perguntou-lhe por que motivo ela escondia o rosto.
- Ninguém o quereria ver. É feio e está marcado por uma horrível cicatriz. - respondeu. - Quando eu era pequena, um rapaz atirou-me uma pedra ao rosto, deixando uma cicatriz sobre a minha sobrancelha.
Aquelas palavras trouxeram-lhe à memória aquela noite. À noite em que tinha falado com o velho, o deus Xia Lao Yue. E com um suave movimento retirou o véu à sua esposa, deparando-se com a mais bela mulher que alguma vez havia visto. Nesse dia o jovem percebeu que não adianta fugir, pois o destino do Akai Ito será sempre cumprido.

Essas são as duas versões. Mas claro que, sendo uma lenda bastante conhecida, também levou a aparecer em ficção.
Nos animes: XXXHolic;

Também no InuYasha;

Na música da Vocaloid, Megurine Luka"Just Be Friends";

Em uma série de televisão dramática japonesa, a Dorama, cujo nome é o mesmo da lenda: Akai Ito. Que, logo mais tarde deu origem a um filme.

A partir da lenda, surgiu o Yubikiri Genman.
Trata-se de um ritual de juramento japonês bem simples, onde duas pessoas que estão querendo fazer uma promessa unem os mindinhos (ou simplesmente, "juramento de dedinho") e cantam:
"Yubikiri genman: uso tsuitara hari sen bon nomasu yubi kitta." (指切りげん: まんうそ ついたら 千本 飲ます指切った。)
Sendo que:
Yubi () significa dedo;
Kiri (切り), cortar ou um corte;
Genman (げんまん), punho;
Uso (うそ), mentir/uma mentira;
Tsuitara (うそ ついたら), se eu mentir/se eu estiver a mentir;
Hari (), agulha;
Hari sen bon (針千本), mil agulhas;
Nomasu (飲ます), beber (No caso é engolir);
Yubi Kita (指切った), cortarei o meu dedo (esta é a ultima frase dita e serve para quebrar a ligação dos dedos e selar a promessa).
Juntamos tudo, então e transformamos em: "Promessa do dedo mindinho: Se eu estiver a mentir, engolirei mil agulhas e cortarei o meu dedo."
Seu objetivo é garantir que a promessa seja cumprida. Tanto nesse ritual quanto na lenda, estão relacionados com uma tradição muito antiga no Japão. Já no período Edo, era bem comum às mulheres oferecerem os dedos mindinhos como prova de amor aos seus amantes.

Assim como na lenda, esse ritual, também, aparece diversas vezes na ficção.
Em animes como: Highschool Of The Dead;

No Sakura Card Captor;

Em Hunter X Hunter;

E também no XXXHolic.
Segundo o Tio Wiki o período Edo, também conhecido por período Tokugawa, é o período da história em que o Japão foi governado pelos shoguns da família Tokuwaga desde 24 de Março de 1603 até 3 de Maio de 1868. O período Edo ficou conhecido por ser o começo do início do Período Moderno do Japão.
Bom, é só isso mesmo. 
Até mais, Minna!

Créditos: (www)

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